A Secretaria da Casa Civil de Pernambuco voltou a confirmar que o teto do Anexo do Arquivo Público Estadual, que hoje funciona num prédio alugado, na Rua Imperial, vai mesmo continuar aberto, até que o acervo seja transferido para um novo local. De acordo com a assessoria, está em andamento as negociações para a transferência da documentação, que segue em local inapropriado.
O prédio que hoje funciona parte do acervo do APEJE é da família do Deputado Federal André de Paula e encontra-se em ruínas. É mais que provável que a gestão da Governadora eleita, Raquel Lyra, herde uma grande dívida com restauração, para que o prédio seja entregue em perfeito estado.
O abandono do APEJE não é só físico. Sem identidade própria, o Arquivo já foi ligado a diversos órgãos, como Secretaria de Justiça, Fundarpe, Secretaria de Educação e hoje está ligado à Secretaria da Casa Civil, último órgão do qual deveria estar vinculado.
Dirigido pelo Jornalista Evaldo Costa, que vem amparado pelo PSB desde os tempos de Eduardo Campos e já foi Secretário de Imprensa de Miguel Arraes, o APEJE foi sucumbido pela CEPE – Companhia Editora de Pernambuco, empresa de sociedade mista, que após a chegada da evolução tecnológica deixou de ser apenas responsável pela publicação do Diário Oficial do estado para executar diversas tarefas, inclusive como gestão, guarda e digitalização de documentos, após o decreto lei 15.529/2015, assinado por Paulo Câmara.
De acordo com o Portal Tome Conta, do Tribunal de Contas do Estado, a CEPE, presidida pelo também jornalista, Ricardo Leitão, faturou em 2022 o valor de R$54.403.660,30, com empenhos estaduais e municipais.
A Cepe Doc, um serviço oferecido pela Companhia Editora de Pernambuco, que consiste na digitalização, gestão e guarda de documentos intermediários, tendo como público-alvo, as Secretarias e Órgãos do Estado de Pernambuco. Esse trabalho teve início após a Cepe e o Arquivo Público Estadual perceberem a necessidade que o Estado tem de realizar uma gestão documental mais eficaz. Para isso foi elaborada e aprovada a LEI N.º 15.529, DE 23.06.2015. No entanto, enquanto a CEPE, que deveria estar subordinada ao APEJE, desfruta do mais alto padrão de qualidade, o Arquivo Público, detentor principal da gestão documental do estado, aguarda a boa vontade do socialismo controverso, manifestado pela falta de sensibilidade e incoerência do ainda Governador Paulo Câmara.
De acordo com fontes ligadas ao APEJE, o Arquivo não tem um único funcionário, sendo todos disponibilizados por outras secretarias. Para se ter uma ideia, se a Governadora eleita publicasse um decreto obrigando todos os cargos à disposição retornarem aos seus órgãos de origem, o Arquivo teria que fechar, pois não existe autonomia administrativa, financeira ou econômica para sustentar o guardião da nossa história.