A atividade física para idosos é de importância multifatorial, diz o profissional de educação física e instrutor de atividades aquáticas da Bodytech Goiânia, Alexandre Ricardo da Silva. “Destaco os benefícios na mobilidade, que a curto prazo já proporciona maior independência e autonomia nas atividades cotidianas, o controle e prevenção de diversas doenças e o bem estar físico e mental”.
A corrida é uma boa sugestão, mas o profissional destaca que existem treinos que atendem de forma segura a terceira idade. “A indicação deve ser feita individualmente, de acordo com o gosto, histórico e necessidade de cada aluno. A individualização e adaptação dos treinos, melhora a adesão ao processo proposto e proporciona resultados significativos de curto e médio prazo”.
Ele destaca que nesta faixa etária as principais lesões são as ortopédicas, como fraturas de ossos longos (o fêmur, principalmente), musculares e articulares (tendinites e artrose) e ainda as doenças socioemocionais, como a depressão.
Antes de iniciar uma atividade física, deve-se consultar um médico para avaliar o histórico clínico da pessoa. Após o aval médico, é importante procurar orientação de profissionais de educação física ou fisioterapeutas.
O fisioterapeuta especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Daniel Vicentini de Oliveira, explica que a atividade física não se resume a um esporte específico, e engloba qualquer ação que movimente o corpo: “a caminhada é uma boa opção além de exercícios domésticos: sim, limpar a casa é um bom exemplo de atividade física!”, sugere Daniel, que também é profissional de educação física e doutor em Gerontologia pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Ele reforça que não há uma modalidade de exercício físico específica para os idosos. “Cada idoso tem um objetivo particular com a prática do exercício físico. Alguns terão mais resultados com exercícios recreativos, outros com exercícios de força, outros com os aeróbios. Tudo dependerá do objetivo e necessidade do idoso, além de sua capacidade física e motivação. Posso citar alguns exemplos como musculação, treinamento funcional, dança, Pilates, exercícios aquáticos, dentre outros”.
É o que faz a Hermínia Pineda Vicente, de 85 anos. “Sou super ativa, não gosto de ficar parada, gosto de carpir, de plantar flores, gosto de andar bastante no quintal. Se eu fico parada me sinto mal, sinto dor nas pernas, gosto muito de fazer movimento”, conta a avó da Fernanda, de 30 anos, e do Kaique, de 26 anos.
Mas não é só no quintal que ela se movimenta. “Faço essas atividades todos os dias, inclusive eu gosto de dançar também, danço bolero, samba, sertanejo…”, diz a aposentada que trabalhou como tecelã.
“O que não pode é ficar só sentada olhando televisão, que isso não adianta nada. O negócio é andar, se movimentar, fazer força, fazer movimento com os braços e as pernas para mais tarde não sentir muita diferença”, aconselha Hermínia.
Segundo o fisioterapeuta Oliveira, algumas doenças que atingem o idoso brasileiro podem ser amenizadas com atividade física. “As doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão arterial, diabetes tipo dois, osteoporose, osteoartrite, aterosclerose dentre outras, podem ser tratadas – mesmo que sem cura -, com o exercício físico. Porém é importante destacar que o trabalho interdisciplinar deve ser o foco no atendimento ao idoso”, explica o especialista em Gerontologia.
O profissional acrescenta que a atividade física mantém e melhora os componentes da aptidão física do idoso, como o condicionamento cardiorrespiratório, o equilíbrio, a força muscular e a composição corporal.
“Além disso, estimula a socialização e interfere positivamente em questões psicológicas, como autoestima, bem-estar, estresse, ansiedade e humor. Porém, o ideal é que essa atividade física seja feita na forma de exercício físico, programado, sistematizado e com objetivos! Dessa forma, o idoso conseguirá resultados mais eficientes, motivantes e seguros, melhorando sua funcionalidade geral”, finaliza.
Com informações da Agência Brasil