Após divulgação, na página do Camaragibe Agora, onde um cão foi atingido por disparo de arma de fogo e abandonado na frente do Hospital Aristeu Chaves – CEMEC, em Camaragibe, o médico veterinário, Júnior Santos, proprietário de uma clínica em Recife, seguiu para Camaragibe a fim de dar assistência ao animal.
De acordo com o médico, já fazia um tempo que o cão estava ferido e perdendo sangue, por isso ele foi brevemente ao local para prestar socorro. “Fui direto para o local para prestar socorro ao mesmo, tendo em vista que já fazia muito tempo que o paciente estava ferido”, informou o veterinário.

Segundo diagnóstico do veterinário, o cão tem uma lesão na coluna, o que dificulta mensurar o tempo de recuperação. “Vamos dar um passo de cada vez para poder definir um prognóstico mais preciso. O procedimento cirúrgico é para estabilizar a coluna e descomprimir a medula”, explicou.
De acordo com o médico, funcionários do CEMEC ligaram para a Brigada Ambiental de Camaragibe, sendo informados que eles só resgatam animais de grande porte.
O comandante da Guarda Ambiental, Dayvson Mélquiades confirmou que recebeu a ligação pedindo socorro para o animal e que a Brigada Ambiental apenas presta socorro aos animais da fauna silvestre, que não têm competência para atender aos animais domésticos.
“Quando nós fomos informados ontem que tinha um animal doméstico nessa situação lá no CEMEC, a Brigada de Guarda Ambiental não faz resgate de animais domésticos. Nós somos capacitados e treinados para animais da fauna silvestre, tá certo? Nem animais de grande porte, nem domésticos a gente faz esse trabalho. A vigilância ambiental, que é uma diretoria da secretaria de saúde é que faz esse procedimento de resgate de animais em situações, assim ou ONG ‘s espalhadas pelo município, mas a Brigada Ambiental ela trabalha única e exclusivamente com animais da fauna silvestre. Por isso que eu informei ao guarda que estava de serviço ontem no CEMEC que não fazíamos esse serviço e que ele procurasse os contatos de outras instituições, porque não temos pra onde levar, não temos veículos adaptados, porque todo nosso material é feito e confeccionados para contenção, manejo e transporte da fauna silvestre”, explicou o comandante.
Ainda de acordo com o comandante da Brigada Ambiental, não existe “nenhum vínculo” com a Vigilância Ambiental e os veterinários que existem no município pertencem ao quadro da Vigilância Ambiental e não da Brigada.
Não contribuir com a viabilidade da prestação do socorro ao animal não justifica em caso algum, pois se tratando de cuidado animal, qualquer indivíduo deve ser responsável e a interlocução nesse caso deveria ser algo permissível, ou seja, cabia sim ao comandante da Brigada Ambiental entrar em contato com a vigilância ambiental do município para que houvesse o socorro.
Foi sancionada pelo Presidente Jair Bolsonaro, em setembro de 2020, a Lei 14.064, que majorou a punição perante condutas de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. De acordo com a mudança, a pena cominada varia agora de dois a cinco anos de reclusão, além de multa e a proibição de guarda de novos animais, em caso de cães e gatos.
Evidenciar maus tratos aos animais em Camaragibe é algo comum. Basta acompanhar as noticias em Blogs locais para ver a quantidade de animais perdidos, precisando de amparo ou até mesmo morto na rua. Não existe hospital animal na cidade, não existem leis de amparo, nem existem projetos tramitando nesse sentido. Nas ruas de Camaragibe para se dá um “jeitinho” e aparecer bem na foto, precisa ser bicho-preguiça, cobra ou jacaré. Ou seja, o que não rende um bom ibope e não dá uma grande publicidade, fica esquecido nas calçadas sujas da cidade.
Após sua recuperação, o cão que ainda não foi batizado estará disponível para adoção. Interessados entrar em contato com a Clínica Veterinária Animed, contato: 81-4141.2911