O Governo de Pernambuco informou, por meio de nota, que está “monitorando”, de forma permanente, por meio do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19, os indicadores da doença no Estado. Disse, ainda, que nas últimas semanas, foi identificada uma nova aceleração dos casos, que motivou novas medidas restritivas no Agreste e na Região Metropolitana.
Com isso, o governador Paulo Câmara demonstrou que não será a favor que a Copa América seja realizada em território pernambucano e que embora não tenha sido procurado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Governo do Estado reforça a preocupação do atual cenário epidemiológico.
Mas a pergunta que não quer calar é se o governador terá mesmo pulso para enfrentar a grande mídia e os grandes patrocinadores de um campeonato dessa grandeza.
Depois do episódio de suas “autoridades policiais”, no conflito publicamente despreparado da polícia militar, a imagem já desgastada do governo do PSB cresce assustadoramente e nas redes sociais a perplexidade é quase singular, desconsiderando, claro, a insensatez de algumas pessoas que elevam seus ideais políticos-partidários acima da consciência pelo direito à vida e pelos direitos humanos.
O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse “não ver grandes problemas na realização da Copa América no Brasil”, desde que sejam adotadas medidas sanitárias para evitar, por exemplo, a disseminação de novas cepas do coronavírus. Contraditório, se tratando de uma CPI que investiga principalmente a suposta irresponsabilidade do mandatário da república acerca da Pandemia.
É notório que o Brasil hoje não tem estrutura para manter as medidas sanitárias adequadas para o enfrentamento da Pandemia, sobretudo quando falamos de órgãos de saúde administrados pelo poder público.
Uma reunião da Conmebol, Confederação Sudamericana de Futebol, na manhã desta segunda (31), decidiu que a Copa América será no Brasil. Faltando menos de duas semanas para o início, a entidade anunciou na noite deste domingo (30) que a competição não seria mais realizada na Argentina devido ao agravamento da pandemia da covid-19 no país.
O mais importante é que grandes campeonatos mexem diretamente com a economia, esquentam ainda mais os cofres públicos, e não seria nenhuma surpresa que grandes autoridades públicas fechassem os olhos para a crise e abrissem os braços para os resultados financeiros. E vou mais além, sou capaz de apostar que o governador de Pernambuco arrumará uma boa desculpa para aderir ao campeonato, pois, de boas desculpas ele é especialista.