O mistério em torno das lesões que causam coceira na pele está perto de ser solucionado.
As lesões e coceira intensa têm intrigado moradores de Recife, Paulista e Camaragibe, onde médicos, pesquisadores e autoridades sanitárias investigam o que pode estar por trás dos sinais e sintomas.
De acordo com o Biólogo e Cirurgião dentista, Dr Adriano Campos, existe a possibilidade da causa das lesões na pele ocorrer pela ação de vermes chamados Poliquetas, que pertencem ao filo Annelida, e são encontrados tanto em ambientes marinhos e poucas em ambientes dulcícolas (água doce). Esses vermes têm esse nome por possuírem o corpo coberto por cerdas, onde algumas espécies possuem cerdas urticantes, ou seja, que provocam coceiras e até mesmo inflamações mais graves, semelhantes às água vivas e caravelas.
O Dr Adriano Campos chegou a essa suspeita depois que uma moradora de Camaragibe, pertencente ao mesmo grupo de Whatsapp que ele, postar um vídeo no qual ela estava preocupada com o aparecimento de “larvas” na sua caixa d’água e algumas dessas “larvas” estavam presas no filtro da torneira.

O biólogo, que já trabalhou no Laboratório de Meiofauna da UFPE, na época em que estudava Biologia, tinha como principal função identificar esses animais para estudos, e ao ver o vídeo identificou o que seria um Poliqueta. “Esses animais só estão aparecendo na caixa d’água por um motivo, possivelmente são oriundos da central de abastecimento da COMPESA, e estão em superpopulação. Pode estar havendo um desequilíbrio ecológico, e isso deve ser investigado”, comenta.
Ainda de acordo com o Dr Adriano Campos, deve haver alguma falha no processo de tratamento da água que está sendo abastecida. “Se minha hipótese estiver certa, há um grande problema na estação de tratamento, pois os produtos para tornar a água potável, não estão sendo eficientes para essa espécie, e se não houver um controle, a população sofrerá até que haja uma diminuição da população desses animais”,
O profissional também frisou que para resolver esse problema deve haver uma força tarefa multidisciplinar. “A solução desse problema, se for mesmo essa desordem populacional de poliquetas, ou outro animal pertencente à meiofauna e macrofauna, não será resolvido apenas com produtos químicos, será necessário entender o que causou esse desequilíbrio ecológico, pois pode haver algo maior que esteja oculto, e haver uma reação em cadeia repercutindo diretamente no funcionamento do ecossistema”, conclui.
Para Adriano Campos a solução é encontrar o motivo dessa desordem ecológica, seja por falta de predador, ou por haver uma bioinvasão.
O Dr. Adriano Campo é cirurgião-dentista e autor de um artigo científico com uma descoberta inédita onde a intolerância à lactose pode ter manifestação exclusivamente oral, por meio de aparecimento de aftas constantes. Por meio desta descoberta, grande parcela de pacientes que anteriormente pertenciam ao quadro clínico de estomatite aftosa recorrente, puderam sair desta estatística, retomando sua qualidade de vida com tratamento desta intolerância.