Parece que o clima entre a gestão da Prefeitura de Camaragibe e o Poder Legislativo Municipal não anda mais tão amistoso quanto antes. Aparentemente, um distanciamento repentino se apoderou dos “queridos”, que outrora semeavam a semente da união em prol do povo. Se não fosse assim, a queridinha da Câmara estaria ao lado do terceiro homem mais poderoso do estado, convidado para brilhar na plenária iluminada à luz de néon.
Talvez pelo fato de que ainda nem começou oficialmente a corrida na disputa das eleições do ano que vem e muita gente já tá naquele desespero de vender a alma ao diabo para conseguir um lugar ao sol.
Como se não existisse democracia(e ali quem sabe o que é isso?), os nomes já se levantam num jogo de cartas marcadas, onde só quem tem verdadeiramente QI entra na tão sonhada disputa. Afinal, “Quem Indique” nos dias atuais é o melhor currículo para a galera que gosta de usufruir do poder de SER e de se MANTER.
Mas a análise hoje é de uma situação isolada, de uma cidade quase desolada.
Camaragibe, quando se trata de “ordem e progresso” ela sempre dá um passo à frente e três para trás. Mas no requisito “luta pelo poder” os maquinistas que detêm o controle da máquina nas mãos, sempre correm além do tempo e do vento.
Os esquemas, os conchavos, as amarrações começam muito antes da legalidade e logo se avista muita gente “boa”, fazendo o “bem”, num assistencialismo sem tamanho. Tem gente que volta à igreja, tem professor que depois de quase dois anos de pandemia ganha computador para transformar os meninos que têm fome em homens do futuro, tem unidades de saúde que surgem de repente , vacinas aparecem, todo mundo recebe auxílio, sempre evidenciando a mesma pessoa…o filho da mãe. Isso mesmo, o filho preferido da Prefeita, que de maneira subliminar se anuncia pré-candidato a deputado estadual, não oficialmente, mas “oficiosamente”, comum a algumas ações na cidade.
A prefeita sabendo que não se elege mais, quer a todo custo deixar seu filho bem caminho andado, na tentativa de estabelecer o legado do pequeno príncipe.
Para isso, num clima de “esqueci das promessas do passado”, convida o ex vice-prefeito da cidade para assumir como o seu interlocutor diante da população e o nomeia como secretário de articulação política. O “homem forte” e “popular”, que já chega com status de alavancar a carreira não só do menino de ouro, mas, também, de preparar sua volta à prefeitura, será o próximo candidato a prefeito da cidade, dessa vez com todas as honras de merecer o apoio incondicional da dama de ferro e, quem sabe, do mais novo deputado eleito nas costas da tão enunciada popularidade alheia. O fato é que para isso o “articulador” da Prefeita já chega com um batalhão forte de comissionados, coisa que os vereadores mesmo com um apoio tão afinco e uma dedicação tão exacerbada nunca conseguiram. Afinal, meia dúzia de cargos não ajuda em nada na vida de um vereador bajulador.
E parece que tem muito soldado com ciúmes do mosqueteiro da rainha. Até porque, os meninos do legislativo, aqueles que acreditaram na possibilidade de receber a desejada cadeira da Prefeita, se frustram com o desmantelo de ter que amargar as volubilíssimas artimanhas da rainha e voltar para o estágio inicial…”e o trabalho não para”.
Se o artigo é “chula” ou se trata de “ilação” é só pagar o ingresso, comprar a pipoca e sentar na primeira fila para assistir a mais uma comédia protagonizada pelo amadorismo da política desta cidade. Afinal, a população cansada dos desmantelos dessa trupe, não tem muito o que fazer, a não ser esperar por cada ato e escolher se os atores saem de cena. Mas o que não pode ser esquecido é que os mesmos atores que apresentam o folhetim, são os que estão nas ruas vendendo os ingressos como se fosse um grande espetáculo.