Eu posso afirmar que a política de Camaragibe é mesmo sazonal. Com seus altos e baixos, sempre mudando como as estações.
E por falar em clima, após a sessão plenária da Câmara Municipal desta terça (23), os ânimos entre a gestão da prefeita de Camaragibe, Dra. Nadegi e os vereadores da cidade estão novamente acirrados, inclusive com a iminente possibilidade de racha, pois há quem diga que a Prefeita “não quer saber” dos vereadores.
Após o relator da comissão de finanças e orçamento, o vereador Heldinho Moura, ler o parecer em que sugeria a redução do percentual da ementa modificativa 06/21, que altera o percentual de remanejamento para 2% do projeto de lei orçamentária 30/21, que estima a receita e fixa a despesa para o exercício de 2022, ficou bem claro que uma nova batalha começaria entre os poderes municipais.
De acordo com o vereador Júnior do Borralho, que saiu em defesa da emenda proposta pelos parlamentares de oposição, a casa legisladora precisa estar atenta a toda movimentação orçamentária, para que a câmara tenha o poder de conduzir e fiscalizar todos os atos da administração pública.
“Com certeza com essa emenda a prefeitura não vai poder fazer as famosas pedaladas e para mexer no orçamento terá que pedir sim a esta casa, para que a gente possa estar acompanhando de perto todos os atos”, finalizou o vereador apelando para que os pares observassem sua solicitação vai ter que vir a esta casa para que a gente possa acompanhar de perto”, ressaltou.
O que gerou perplexidade, inclusive por aqueles que conduziam a sessão, foi o fato do “cabresto” imposto pela câmara à gestão, ser colocado até mesmo pelos parlamentares da base da prefeita, que parecem ter assinado definitivamente suas alforrias.
Até mesmo o presidente da casa fez questão de votar, mostrando, em conjunto com os demais vereadores, o poder da câmara, o que deixa claro que a finalidade é mostrar ao executivo que a casa Vicente Lacerda de Menezes precisa ser respeitada.
É evidente que a sessão em que destronou a prefeita da cidade de seu “poderio” foi previamente orquestrado, como num jogo de xadrez em que os peões mostraram que sem a sua força a rainha não teria como proteger o rei, no caso o príncipe.
A cada voto dos vereadores da base, solicitado por Toninho que fosse nominal, era possível descrever o medo e insegurança, evidenciados pelos olhares turvos e mentes preocupadas, de quem sabe que para alguns gestores a vingança não é um prato que se come frio, mas ela vem a galope.
Entretanto, segundo informações dos bastidores, um outro jogo se monta nesse cenário hostil. Fala-se que o presidente da casa, o vereador Paulo André, vem montando uma aliança com o até então representante do executivo na câmara, o vereador Rene Cabral, para uma possível chapa para 2024.
Seria ilação acreditar que por baixo de todo o teatro que existe nessa “união” entre os poderes rolou uma traição ao ponto de se formar um novo grupo de opositores à prefeita?