É crescente a politização dos jogos da Copa América, prevista para começar em 13 de junho.
Os jogadores da seleção brasileira de futebol estão indecisos quanto à participação da seleção no torneio e alguns já evidenciam a preferência em não jogar a Copa América, que foi trazida para o Brasil pela recusa de países com problemas evidentemente ocasionados pela pandemia, como é o caso da Colômbia e Argentina e, principalmente, por estar claramente incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro, esse claramente odiado pela ala esquerdista da seleção.
A medida foi criticada pelo Grupo Globo, que sairá vitorioso se a competição for cancelada. O torneio, se realizado, terá transmissão pelo SBT, afinal, na cartilha global, “quem não é por mim, é contra mim” e “quem comigo não ajunta, espalha”.
Para alguns comentaristas de esportes da Rede Globo, além de tirar os principais jogadores de seus clubes e tornar o calendário de jogos muito apertado, a realização da Copa América se torna ainda pior pelo fato de a pandemia ainda não estar controlada no Brasil. Soma-se a isso o fato de outros países terem desistido de sediar a competição exatamente por causa do coronavírus.
Contraditoriamente, os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil são da TV Globo. A Copa América, se for mesmo realizada, será transmitida pelo SBT. Logo que a competição saiu da Argentina e veio para o Brasil, vários profissionais da TV Globo foram às redes sociais criticar a decisão.
No jogo do “estica e puxa”, o que vale não é a vida, e sim o que rola financeiramente em torno desse tipo de campeonato.
Enquanto o SBT aguarda pelas migalhas caídas da grande mesa global, a rede dos poderosos segue desdenhada pelo fato de não estar no monopólio que sempre foi seu, insuflando uma campanha subliminar para boicotar definitivamente o torneio.
Por conta da aparente contrariedade de Tite com a participação da Seleção na Copa América e de manifestações anteriores do treinador (que recusou encontro com Bolsonaro após a eleição), ele foi objeto da ira bolsonarista nas redes sociais, xingado de “comunista” e acusado de “esquerdista”, inclusive por políticos, o que aumenta ainda mais a crise futebolística e a quase incerta permanência do técnico na seleção.
Enquanto não surge a imunização para o vírus do ego e da cobiça a certeza que temos para hoje é que a única bola que vai continuar rolando, não só nos gramados, mas na vida de muitos brasileiros, e de maneira cada dia mais crescente, é o novo coronavírus, que acerta todos os dias milhares de “gols de placa”, levando quase meio milhão de brasileiros rumo à copa menos desejada de todos os tempos, a copa da morte.