Em raros momentos de tanta espontaneidade, o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), posou para foto ao lado da deputada alemã Beatrix von Storch, vice-líder do partido “Alternative für Deutschland” (AfD) e neta de um ministro de Hitler, publicada posteriormente nas redes sociais da deputada, nesta segunda-feira (26), em encontro no Palácio da Alvorada, fora da agenda oficial do governo.
“Um encontro impressionante no Brasil: agradeço ao presidente brasileiro por sua recepção amigável e estou impressionado com sua clara compreensão dos problemas na Europa e dos desafios políticos do nosso tempo. Em um momento em que a esquerda está avançando sua ideologia através de suas redes e organizações internacionais em escala global, nós conservadores também precisamos nos conectar mais de perto e a nível internacional. Além dos EUA e da Rússia, o Brasil é um parceiro estratégico global com quem queremos moldar o futuro juntos”, escreveu a alemã na publicação.
“Amiguinhos do Bolsonaro”
Em março, quando o assessor especial de assuntos internacionais de Bolsonaro, Filipe Martins, fez um gesto supremacista no Senado, o jornalista alemão Niklas Franzen concedeu entrevista à Fórum em que apontou as ligações do bolsonarismo com o AfD e as semelhanças entre a extrema-direita brasileira e a alemã.

O partido da “amiga” de Bia Kicis, inclusive, é investigado pela agência de inteligência Alemã. Segundo as autoridades, a legenda cometeu violações da ordem democrática e atentados aos valores constitucionais do país europeu.
Ascendência nazista
O fato de Bia Kicis ter se encontrado com uma deputada de um partido ligado ao neonazismo gerou reações imediatas nas redes sociais.
A página oficial do Museu do Holocausto no Brasil, por exemplo, não só expôs os valores antidemocráticos do AfD, como também revelou a ascendência nazista de Beatrix von Storch.
“E Beatrix von Storch, quem seria? Vice-líder do partido, famosa por tweets xenofóbicos e neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro nazista das Finanças e um dos poucos membros do gabinete do Terceiro Reich a servir continuamente desde a nomeação de Hitler como chanceler”, diz postagem do museu.
“É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, continua.
Agora, se conservadorismo é tudo aquilo avesso a mudanças, adepto ao tradicionalismo, apego, espírito conservador, que é qualquer ideologia fundada na tradição, contrária a inovações políticas e/ou sociais, o que será que a deputada conserva?