Filófoso, astrólogo e escritor, Olavo de Carvalho, 74 anos, ganhou projeção com a vitória de Jair Bolsonaro à Presidência da República em 2018, tido como um dos grandes influenciadores ideológicos do bolsonarismo.
O pensamento de Olavo transita entre a filosofia, a teologia e a crítica cultural, mas os temas que mais ganharam repercussão entre os seus seguidores brasileiros foram a repulsa à esquerda, o discurso conservador em relação a temas como família e propriedade e o combate ao que chamava de “marxismo cultural” e a uma orquestração globalista que visava destruir os valores ocidentais no mundo – um discurso em grande parte ligado ao pensamento da direita americana.
A filha do escritor Olavo de Carvalho lamentou hoje a morte do pai nas redes sociais. Eles não se falavam desde 2017.
A morte do pai, com quem era rompida há anos, trouxe um sentimento de alívio a Heloisa de Carvalho, 52 anos, filha mais velha do escritor e influencer bolsonarista Olavo de Carvalho, morto nesta segunda-feira, aos 74 anos. “O atraso na compra das vacinas se deve muito a ele, às ideias negacionistas que ele sempre defendeu e às fake news que disseminou”, diz Heloisa a VEJA. “Perdi muitos amigos. Ele tem as mãos sujas de sangue, mas eu não comemoro sua morte. Só me sinto aliviada.”, desabafou.
“Olavo morreu de covid, não tem como eu sentir grande tristeza pela morte dele, mas também não estou feliz. Sendo sincera comigo e meus sentimentos. Tô bem e em paz comigo, minha consciência e com Deus”, escreveu Heloisa em suas redes sociais.
Em janeiro de 2021, quase um ano depois do início da pandemia, o escritor continuava a duvidar da letalidade do coronavírus. “Dúvida cruel. O Vírus Mocoronga mata mesmo as pessoas ou só as ajuda a entrar nas estatísticas?”, escreveu no Twitter.
“O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel”, escreveu Olavo na sua conta de Twitter, em maio de 2020.