Os diversos encontros protagonizados pelos governadores eleitos, Raquel Lyra e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, ambos do PSDB, não parecem estar só no campo da troca de experiências.
Tive a satisfação de ter Eduardo como meu governador no tempo em que morávamos na serra gaúcha. Político correto, responsável e competente. Perspicaz, Eduardo é adepto ao diálogo, mas tem pulso firme e sabe onde pisa. Embora muito criticado durante a pandemia, por conta do fechamento das cidades turísticas, como Gramado e Canela, soube conduzir a crise e evitou maiores tragédias.
Resoluto, tem a confiança do povo gaúcho, que o reelegeu. Certamente esse intercâmbio com Raquel Lyra e Priscila Krause será de grande valia para ambos estados, mas é evidente que os governadores estão, de fato, monitorando o cenário político nacional, para saber como caminhar num provável campo minado.
A aproximação dos políticos se dá num momento em que o fortalecimento do centro democrático se faz necessário. Ao contrário do que foi induzido durante a campanha, de que a relação com Lula seria difícil para Raquel, no atual cenário, seria prematuro afirmar que o PSDB faria oposição ao governo federal, pois o que se observa é muita cautela, e não o objetivo de inviabilizar o processo. Fora de cogitação!
OPOSIÇÃO POR OPOSIÇÃO
Enquanto Eduardo, Raquel e Riedel, o trio de governadores eleitos pelo PSDB analisam o cenário político nacional, a turma do PT em Pernambuco conversa sobre a possibilidade de fazer oposição à tucana. Entende-se nesse momento que decidir fazer uma oposição sem antes experimentar a gestão da governadora eleita seria uma escolha equivocada e sem juízo.
Até mesmo políticos descontentes com a vitória de Raquel, como é o caso de Wolney Queiroz (PDT), após o encontro da governadora com a bancada pernambucana, em Brasília, aderiu ao “vamos ver o que acontece” e guardou seu arsenal.
Portanto, é bom que os petistas baixem suas armas, porque até mesmo o presidente eleito, Lula da Silva, não parece querer entrar numa luta com os governadores, ainda mais Raquel Lyra, que, pelo que já se viu, sabe lidar com Gregos e Troianos.
Foto: Sarah Leo